O Dia do Indígena varia em cada país da América Latina. No Brasil, comemoramos em 9 de agosto e em 12 de abril, data dos povos indígenas brasileiros. Nossos hermanos, por sua vez, transformaram o 12 de outubro, Dia da Invasão de Colombo, em Dia de Resistência Indígena. Nesse momento de reparação. É importante examinar como os indígenas têm sido retratados no audiovisual e seu impacto no nosso imaginário coletivo. Porque afinal imagens podem manipular facilmente o espectador.
Indígena Brasileiro
No Brasil, a presença indígena nas telas é repleta de estereótipos. Geralmente são retratados como primitivos, exóticos e selvagens. Além do mito de falarem em terceira pessoa, o que os distancia da sua identidade. Apesar de sua imagem ser popular na literatura. Principalmente no Romantismo, com a idealização do “bom selvagem”, o elenco indígena real segue praticamente invisível. No Modernismo, houve uma tentativa de aproximar essa identidade à cultura popular. Porém o cinema e a televisão ainda ficaram presos a visões reducionistas.
Indígena Estadunidense
Nos EUA, os indígenas são frequentemente retratados em filmes de faroeste. O gênero é baseado na Marcha para o Oeste (1829-1870) e na crença no Destino Manifesto. A ideia de que os estadunidenses tinham a missão divina de civilizar o território, levando a conflitos e genocídio indígena. Esses filmes perpetuaram o mito do “salvador branco.” Enquanto os indígenas eram vistos como vilões. Somado o uso do redface, onde atores brancos se “fantasiavam” de indígenas com maquiagem e adereços. Assim, apropriando de uma cultura e com o objetivo de diminuí-la.
Raramente temos personagens indígenas com nuances, personalidades, experiências, cultura, identidade, complexidades e miscigenação. Apesar desse povo desempenhar um papel importante para a nossa identidade e cultura latinoamericana. Sem nem contar das mulheres indígenas, como sexualizadas ou donzelas em apuros, geralmente sem voz. Todos os fatores resultam no desemprego e marginalização desse povo tão importante para o nosso continente.
Movimentos Indígenas & Redescobrimento
A partir dos anos 1990, os movimentos indígenas e de direitos humanos ajudaram a mudar esse cenário. O cinema indígena começou a florescer, com cineastas indígenas contando suas próprias histórias. Bolívia, México, Brasil e Equador lideraram esse movimento, e hoje há mais visibilidade tanto diante quanto por trás das câmeras. Festivais especializados e plataformas como o YouTube estão democratizando o acesso a essas narrativas.
Essa transformação é essencial para a preservação das culturas indígenas. Para desafiar as visões dominantes, permitindo uma narrativa mais diversa e autêntica da América Latina. Estamos testemunhando o início de uma nova era de re-descobrimento. Cm premiações prestigiadas do audiovisual nos Estados Unidos tendo a presença dos indígenas pela primeira vez em pleno 2024. Apesar do movimento American Indian Movement (AIM) ter sido criado em 1968 contra a descriminação dos indígenas.
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