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Violência contra Mulheres: O Legado das Borboletas

No dia 25 de novembro de 1960, a luta por liberdade na República Dominicana encontrou suas mártires: as irmãs Mirabal. Patria, Minerva e María Teresa, conhecidas como “Las Mariposas”, ousaram desafiar a brutal ditadura de Rafael Trujillo e pagaram o preço com suas vidas. Porém, seu legado de resistência ecoa até hoje no mundo inteiro. Quase 40 anos após seus trágicos assassinatos, a ONU escolheu essa data para marcar o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, uma homenagem não apenas à luta delas, mas também às milhões de mulheres que continuam a batalhar por dignidade e segurança.

No Brasil, Maria da Penha Maia Fernandes tornou-se um símbolo dessa luta após sobreviver a duas tentativas de assassinato pelo próprio marido, em 1983, que a deixaram paraplégica. Sua incansável busca por justiça resultou na criação da Lei Maria da Penha em 2006, um marco na proteção das mulheres e na punição aos agressores. Além disso, Maria da Penha usa sua voz para conscientizar sobre a violência doméstica por meio de palestras e entrevistas.

Outro exemplo de coragem foi a juíza Patrícia Acioli, que enfrentou o crime organizado e a violência policial no Rio de Janeiro. Conhecida por suas sentenças duras contra milícias e policiais corruptos, ela sofreu constantes ameaças e, em 2011, foi assassinada em frente à sua casa por policiais que ela havia investigado. Sua morte chocou o Brasil e expôs os riscos de lutar pela justiça em ambientes dominados pela impunidade, especialmente em um contexto onde a violência contra mulheres é alarmante.

Marielle Franco, socióloga e ativista dos direitos humanos, também se destacou como defensora das minorias e das comunidades periféricas do Rio de Janeiro. Mulher negra, lésbica e nascida no Complexo da Maré, ela utilizou sua posição de vereadora para denunciar a violência policial e a desigualdade social. Em março de 2018, Marielle foi brutalmente assassinada, gerando uma forte mobilização por justiça e contra a violência política.

Mesmo em países como Inglaterra e País de Gales, onde a maioria dos casos de violência de gênero é criminalizada, muitas mulheres continuam vulneráveis devido a lacunas e limitações nas leis. Mulheres de minorias, incluindo migrantes e mulheres BME (negras e de minorias étnicas), são desproporcionalmente afetadas pela violência de gênero, enfrentando ainda mais barreiras para acessar proteção. Além disso, há uma taxa crescente de feminicídio pelo mundo, refletindo a necessidade urgente de ação e conscientização em torno da violência contra mulheres.

Violência contra mulher resulta em vozes silenciadas pelo ódio e patriarcado. Muitas histórias permanecem não contadas, exigindo que levantemos nossas vozes em solidariedade e resistência, em relembrá-las e lutar por justiça!


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