Andrea Chaves Descascou o Abacaxi e Hoje Usa a Coroa:

E se você pegasse os momentos mais amargos da vida e os transformasse em um doce abacaxi? Foi exatamente isso que a colombiana Andrea Chaves fez. Ao refletir sobre sua experiência inicial como estudante nos Estados Unidos, ela lembra:

“Ser colocada no programa de Inglês como Segunda Língua no ensino médio foi ao mesmo tempo um desafio e uma revelação… o começo de aprender não apenas um novo idioma, mas uma nova forma de me enxergar.”

Foi nesse momento de transformação que Andrea começou a resgatar sua própria narrativa com clareza, coragem e confiança.

Professora por formação, Andrea testemunhou de perto o poder do mentorado dentro da sala de aula. Ela viu como jovens mulheres, especialmente latinas, desabrocharem ao verem suas histórias refletidas em alguém que se parecia com elas. Como mentora, Andrea uniu vivência e liderança, ajudando suas alunas a reimaginarem o tanto que era possível.

Dessa visão nasceu a Pineapple Women. Uma organização sem fins lucrativos que empodera jovens mulheres, especialmente latinas, por meio de mentorias, narrativas e confiança digital. O nome “abacaxi não é a toa, um símbolo latino de hospitalidade. Ele reflete a missão de Andrea de criar espaços de acolhimento, oportunidade e pertencimento. Seu trabalho é um convite aberto para que jovens latinas se sintam vistas, apoiadas e bem-vindas. Especialmente em espaços onde, por muito tempo, foram sub-representadas.

O impacto de Andrea não passou despercebido. Ela foi reconhecida como Campeã de Mudança em Ciência da Computação pela Casa Branca e recebeu o prêmio de Melhor Professora do Estado de Nova York. Honrarias que reforçam seu compromisso com a educação, a equidade e a inovação. Essas conquistas refletem os mesmos valores que ela traz para a Pineapple Women: a crença no poder transformador da educação.

Mas a caminhada não foi fácil.

“Dominar o inglês nunca foi uma conquista simples”, ela compartilha. “É algo com o qual ainda luto, especialmente por causa do meu sotaque. Mas meu sotaque é a prova de que eu tentei, que trabalhei duro e que cheguei até aqui. De muitas formas, ele carrega a minha história.”

Andrea não esconde suas vulnerabilidades; ela as transforma em linguagem, em pontes, em coragem compartilhada. Seu sotaque não é uma barreira, mas um testemunho. Não é uma marca de fracasso, e sim um símbolo de resiliência.

Hoje, Andrea está focada em ampliar o impacto da Pineapple Women. Ela está construindo parcerias, elevando as histórias das participantes e mudando a narrativa em torno da identidade latina. Seu objetivo é desafiar os estereótipos presentes nos mecanismos de busca e além, garantindo que, quando jovens latinas procurarem por modelos a seguir, encontrem líderes na tecnologia, inovadoras e agentes de mudança que reflitam seu potencial.

Por meio de programas como Pineapple Empower, Pineapple Talks e oficinas de narrativa digital, a organização oferece mentorias, ferramentas para desenvolver autoconfiança e uma plataforma para que jovens mulheres compartilhem suas histórias.

Olhando para o futuro, Andrea abre caminho para uma nova geração de latinas, ampliando seus horizontes — especialmente em tempos como os atuais. Latinas enfrentam barreiras sistêmicas persistentes — menores taxas de graduação no ensino superior, sub-representação em cursos preparatórios rigorosos e acesso limitado à educação superior — que limitam suas oportunidades e visibilidade. A Pineapple Women é um catalisador essencial para mudar a narrativa sobre identidade e liderança latina. Andrea é apaixonada por capturar e compartilhar as histórias reais de transformação que acontecem dentro dos programas da organização, unindo as vozes das participantes com dados para inspirar mais pessoas a apoiarem a missão.

Andrea não fundou a Pineapple Women apenas para dar voz às outras; ela o fez porque reconheceu, em sua própria trajetória, o reflexo de muitas jovens mulheres que também merecem estar no centro de suas próprias histórias. Ela é uma jovem que se vê refletida e, pela primeira vez, acredita que pode ser uma líder. Ela é o clique interno que transforma vergonha em orgulho, silêncio em voz.

“Estamos em um momento crítico da nossa jornada… para seguir em frente, precisamos de um apoio forte.”

A história de Andrea Chaves está em destaque na SOMOS

SOMOS é uma comunidade digital criada para apoiar brasileiros e latines em toda a Europa. Construída sobre os pilares de pertencimento, recursos práticos e conexões significativas, a SOMOS compartilha histórias, dicas e ferramentas para tornar a vida no exterior mais fácil — e mais conectada. A trajetória de Andrea nos ensina que resiliência, representatividade e o poder da narrativa, aliados ao apoio comunitário, transformam desafios em liderança e abrem novos caminhos para as próximas gerações.

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