Como Cuidar da Diabetes na Europa

Mudar-se para outro país ou viver na Europa com diabetes traz desafios. Especialmente ao lidar com sistemas de saúde desconhecidos ou diferentes. Com informação, planejamento e acesso a recursos confiáveis, você, seu filho ou qualquer pessoa sob seus cuidados podem manter o tratamento de diabetes sob controle e evitar surpresas.

Preparação antes da mudança

Antes de viajar, organize seus documentos médicos, levando atestado detalhado, histórico de tratamento e prescrições completas. Se possível, providencie tradução juramentada, já que os nomes comerciais de insulinas e outros medicamentos podem variar entre países.

Levar medicação extra é essencial: o ideal é ter o dobro ou triplo da quantidade necessária para o período inicial, considerando atrasos no envio ou aquisição local. No aeroporto, é importante transportar a medicação na bagagem de mão, mantendo a insulina ou outros medicamentos em embalagem original, com rótulos claros, e ter à mão receitas ou atestados médicos. Alguns países exigem declaração da medicação na segurança. Informe-se sobre as regras da companhia aérea,algumas permitem gelo ou bolsas térmicas para manter insulina refrigerada, outras exigem declaração prévia. Também é importante verificar limites de líquidos e transporte de seringas ou agulhas para não ter problemas na segurança.

Além disso, entre em contato com a associação de diabetes do país de destino, que oferece informações atualizadas sobre o sistema de saúde, tecnologias disponíveis e suporte em emergências.

Sistema de saúde por país

Qualquer pessoa no Reino Unido, independentemente da nacionalidade, estatuto de imigração ou comprovativo de morada/identidade, tem o direito de se registrar em um médico de clínica geral (GP) local. Seja por meio de formulário digital no site ou aplicativo, ou pela versão impressa disponível na clínica mais próxima.

Na União Europeia, cada país possui regras próprias para registro. Normalmente, para acessar o sistema de saúde, você precisará: documento de identificação, comprovativo de residência, inscrição na segurança social e número de identificação fiscal. Quando aplicável, o formulário S1, que garante cobertura contínua para reformados ou trabalhadores destacados. Sempre verifique as diretrizes específicas do país de residência ou destino.

Para a maioria dos cidadãos da UE que viajam temporariamente a outro Estado-membro, o Cartão Europeu de Seguro de Doença (CESD)  ou o UK Global Health Insurance Card (GHIC) para residentes no Reino Unido, garante atendimento emergencial sem custos extras. Medicamentos e equipamentos podem variar de marca entre os países.

A escolha entre clínicas públicas e privadas depende da necessidade, e ambas geralmente oferecem atendimento de qualidade na maioria dos países europeus. Além disso, ter o seu histórico médico traduzido é essencial para facilitar o atendimento.

Direitos, benefícios e associações de diabetes na Europa

Na Europa, pessoas com diabetes, incluindo crianças, recém-diagnosticados ou aqueles que necessitam de apoio adicional, têm acesso a direitos e benefícios que garantem medicamentos, exames, tratamentos e assistência especializada. Conhecer esses direitos é fundamental para aproveitar os recursos disponíveis e manter o cuidado com segurança.

Associações de diabetes, como a IDF Europe e o European Diabetes Forum (EUDF), oferecem informações atualizadas sobre medicamentos, tecnologias, programas de suporte e grupos de convivência. Elas também podem orientar sobre direitos legais e recursos práticos, acesso a serviços e protocolos específicos de cada país. Escolas e ambientes de trabalho também devem oferecer condições adequadas para administração de medicação e monitoramento da glicemia.

Cuidados para crianças com diabetes

Para crianças, a preparação antes da viagem envolve não apenas os cuidados com documentos, seguro e medicação. Porém, também a organização da rotina escolar, social e médica. Cada escola deve ter um Plano de Cuidados Individualizado (PCI). Ele detalha quem administra a medicação, monitora a glicemia e como agir em situações de hipoglicemia ou hiperglicemia. Este pode ter nomes diferentes dependendo do país ou da instituição. Esse plano deve ser desenvolvido em conjunto com a equipe médica e compartilhado com professores, funcionários da cantina e outros responsáveis na escola.

Um dos pontos centrais no cuidado infantil é a contagem de carboidratos. Ela ajuda a determinar a dose correta de insulina para cada refeição ou lanche. Na Europa, os pais devem se familiarizar com unidades diferentes de carboidratos e padrões de rótulos que podem variar de país para país. Muitas escolas fornecem o menu semanal com antecedência, permitindo que os pais calculem a quantidade de insulina necessária. Em alguns casos, a própria escola já consegue fornecer a contagem de carboidratos ou fazer isso com o apoio dos pais.

Legalmente, na Europa, crianças com diabetes têm direitos claros: não podem ser discriminadas por sua condição, têm direito à educação plena e à participação em todas as atividades escolares, acesso seguro a medicação e suprimentos, pausas para monitoramento de glicemia e alimentação, inclusão social, confidencialidade e supervisão adequada durante esportes e excursões. A escola deve treinar sua equipe para seguir o PCI, garantindo que a criança esteja segura e incluída. Em caso de descumprimento, associações de diabetes ou órgãos de educação podem intervir. Em excursões ou atividades fora da escola, recomenda-se preparar um kit de emergência portátil, com medicação, equipamentos, instruções claras e contatos de emergência.

Diabetes recém-diagnosticada na Europa

Mesmo que você já conheça o sistema de saúde, é importante verificar o que seu plano cobre e explorar tecnologias. Como bombas de insulina, medidores contínuos de glicose e aplicativos de controle glicêmico, disponíveis pelo sistema público ou seguro privado.

Dicas práticas na Europa

  • Consulte associações locais de diabetes para obter diretrizes atualizadas, informações sobre farmácias, programas de apoio, benefícios e recursos.
  • Mantenha cópias digitais de documentos médicos, prescrições e laudos, para ter acesso rápido em clínicas, farmácias ou emergências.
  • Esteja preparado para ajustes de tratamento ao chegar no país, já que protocolos, medicamentos e marcas podem variar.
  • Explore farmácias próximas e verifique se aceitam prescrições internacionais, garantindo que não haja falta de insulina ou suprimentos.
  • Familiarize-se com a alimentação local, aprendendo a interpretar rótulos e unidades de carboidratos para manter o controle glicêmico.
  • Sempre verifique as diretrizes locais e específicas do seu país de residência ou destino

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