Você Sabia? As Várias Faces da Empanada

Hoje, 8 de abril, é o Dia da Empanada! E não, não estamos falando do empanado que vai pra fritura depois de passar na farinha e no ovo. A estrela de hoje é aquela empanada recheada, dobrada com carinho e cozida — às vezes assada, às vezes frita — que conquistou paladares ao redor do mundo. Vamos dar uma mordida na história dessa iguaria?

A palavra vem do galego, português e espanhol empadar, que significa “embrulhar em pão”. A ideia é simples, mas genial: massa + recheio + calor. Com as colonizações, essa receita básica viajou o mundo e foi se adaptando aos ingredientes e costumes de cada lugar.

Na Argentina, a empanada é quase patrimônio cultural, com variações em cada província. No Belize, ela se chama panades. No Chile, tem versão com carne-moída. Na Costa Rica pode ser feita com massa de aipim. Em Porto Rico com farinha de trigo e uma variedade de ingredientes locais, como frutos do mar, porcos, coelhos até goiaba. Na Venezuela, tem milho e anato, deixando a massa com uma cor diferenciada. No México, milho entra na massa. Em El Salvador, tem banana na massa. No Brasil, a gente até tenta copiar, mas sempre com um jeitinho nosso — e já vamos falar disso…

Há quem aponte a origem para o Oriente Médio, com a sfiha ou sfeeha, trazida por mouros para a Península Ibérica. Lá ela se transformou, ganhou massa diferente, recheios diversos e chegou ao “formato empanada” que conhecemos hoje.

A empanada não parou nas Américas. Na Itália, temos calzones e mpanatigghi. Na França, temos chaussons. Em Filipinas existem três variações de acordo com a região e até com uma doce. No Paquistão também existe. A ideia de embrulhar recheios em massa é praticamente universal, com alguns primos próximos, mas distantes, como molote (México), pirozhki (Leste Europeu), samosa (Índia), knish (Judeu), kreatopitakia (Grécia), khuushuur (Mongólia), patty (Jamaica) e pasty (Reino Unido). Além da maioria dos países de língua malaia no Sudeste Asiático, a massa é comumente chamada de epok-epok ou karipap. Bolinhos fritos são encontrados na culinária chinesa (jiucai hezi e jiaozi) e na culinária vietnamita (bánh gối).

Para mim, como brasileira, empanada fica no meio do caminho entre o nosso pastel e o empadão. O pastel, trazido pelos imigrantes japoneses no litoral paulista, tem uma massa fina, crocante e recheios variados. Já o empadão é mais europeu, uma torta salgada cheia de sustância.

Surpreendentemente, são os cubanos que lideram o consumo da empanada, e a versão mais popular entre eles é com frango! Talvez pelo tamanho, praticidade e sabor — ou simplesmente porque empanada boa é irresistível!

Empanada é um pedaço da nossa terra natal, um sabor que nos conecta com nossa história, nossa família e nossas raízes. Como imigrantes, ao preparar uma empanada, trazemos consigo as memórias das festas, das reuniões familiares e das tradições que atravessaram fronteiras. A empanada, em suas diversas versões, é uma forma deliciosa de atravessar distâncias e reunir as pessoas ao redor da mesa.

A empanada, em sua simplicidade, é também um símbolo de resistência cultural. De geração em geração, ela atravessa fronteiras e adaptações, mas nunca perde sua essência. Para nós, imigrantes latinos, preparar uma empanada é uma maneira de manter vivas as histórias de nossos avós e pais, aqueles que, com coragem, levaram consigo suas tradições e sabores por onde foram.

Hoje é o dia dela: a empanada. Conecta diferentes sabores, gerações e tradições. Uma receita simples, mas cheia de camadas — de sabor, história e identidade. Assim como a empanada atravessou fronteiras, nós também carregamos nossas raízes e sabores por onde vamos. SOMOS é um espaço global onde latinos ao redor do mundo se conectam, compartilham suas histórias e participam de conversas significativas — porque a sua voz importa.

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