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O Idioma Latino: Mais de 10 sotaques e 500 significados

Me lembro do meu último ano no colégio, quando me inscrevi em várias universidades, incluindo uma em Pamplona, na Espanha. Sabia que pessoas conhecidas estudavam lá e, além disso, havia um ambiente bastante internacional, cheio de latinos. A comunidade de latinos em Pamplona foi um dos principais motivos para eu decidir ir para o ‘pueblo’, como muitos chamam.

A Ana Corina achava que, por a universidade ser cheia de latinos, já conhecia todos os tipos de pessoas. Porém, 4 anos depois, além do diploma em Marketing, ganhou o título invisível, mas valioso: ‘Latina Nível Expert.

Primeiros Latinos em Pamplona:

Cheguei ao meu primeiro lar e conheci minha colega de quarto, uma mexicana de Querétaro, que me ensinou várias coisas: ‘crudo’ não é feio, o Dia das Mães no México é 10 de maio, o futebol americano é super popular na América Latina e nachos não são mexicanos, mas tex-mex. A partir daí, comecei a perceber que nossa cultura, mesmo parecida, tem muitas camadas.

Depois, na minha faculdade, conheci costarriquenhos, ¡pura vida! Eles me mostraram que dá para ser entendido sem pronunciar o “R”, que uma pessoa que é uma “teja” é um “tipaço” ou “tipaza” (como diríamos na Venezuela), e que “tigra” é um grande incômodo. O mesmo aconteceu com os guatemaltecos, que usavam muito o “cabal” (algo como o “dizque” dos panamenhos). Eu nunca tinha ouvido essa palavra até chegar na Espanha e ela tem mais de 4 significados aproximadamente. Spoiler: a maioria das vezes significa “sim” ou “exato” e dizer “cabalito” está correto.

Nem preciso falar dos queridos nicas, que usavam muito “mae”, “chavala” e brigavam com os ticos sobre quem tinha a verdadeira receita do “gallo pinto”, o prato tradicional deles, como nós, venezuelanos, brigamos com os colombianos pela arepa. Spoiler 2: A arepa é venezuelana.

Transformações e Surpresas em Pamplona

Há 4 anos, na minha cabeça, Pamplona parecia uma cidade universitária cheia de latinos. Mas nunca imaginei que nas festas tocaria desde reggaeton até cumbia. Muito menos que se formariam grupos de estudo onde um equatoriano acabaria dizendo “Wey” e uma mexicana “Chama.” Menos ainda que eu me encontraria com tantos adultos latinos fazendo a vida ali, criando seus filhos, cuidando deles, trabalhando sem parar e se tornando especialistas em fazer tortilha de batata.

Foi assim que, entre palavras, significados e diferenças culturais, aprendi que todos os latinos somos únicos, com nossa própria forma de ser, mas unidos pela generosidade. Convidamos todos a fazer parte da nossa essência, provar nossa comida, serem guias turísticos e conhecer nossa música e arte. E a nos apoiar como os bons “panas”, “parces”, “maes”, “cuates”… que somos.

Pouco a pouco, graças às nossas divertidas barreiras, os Latinos em Pamplona que eu encontrei se tornaram o meu refúgio. Ríamos das nossas diferenças, as adotávamos e nos transformamos em uma grande família que celebra todas as tradições, curte todas as comidas juntas e agora temos milhares de opções à nossa disposição para expressar uma única coisa.

SOMOS e a União de Vivências Latinas na Europa

E essa é a magia de ser latino. Nós podemos ser diferentes em formas que parecem pequenas, mas essas diferenças nos tornam mais conectados do que jamais imaginamos. Na essência, SOMOS isso e mais. Um espaço de troca, acolhimento, informação e conexão para brasileiros e latinos na Europa. Somos a união de diversas vivências latinas, com o mesmo objetivo — nos encontrar e fortalecer neste continente. Assine nossa newsletter e receba semanalmente: curiosidades, guias práticos, dicas úteis, promoções exclusivas e muito mais!

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