Estudar fora é uma experiência que une uma parte da equipe SOMOS. É transformador, mas o que não te contam são os desafios, a adaptação e todo o processo até o diploma ser valorizado nos países de origem. Uma brasileira, um mexicano, uma ecuatoriana e uma peruana compartilharam as suas jornadas acadêmicas.
Pós-graduação no Reino Unido
Quanto aos trâmites para a pós-graduação na Inglaterra, seja um mestrado (de 1 a 2 anos) ou um doutorado (de 3 a 4 anos) — o processo é conduzido diretamente por cada universidade. Você precisará comprovar seu nível de inglês, entrevistas, demonstrar capacidade de autofinanciamento (ou obter uma bolsa) e atender aos critérios acadêmicos exigidos com base na sua formação anterior.
Bianca Schneider – Mestrado na Inglaterra
Bianca Schneider veio do Brasil para fazer a sua pós-graduação, o seu mestrado na Inglaterra.
O nosso relógio Latino funciona de jeito diferente dos Britânicos. Ela revelou: “5 minutos não é estar atrasado.Infelizmente, eles pensam diferente na Inglaterra.” Aonde ela presenciou ônibus e trens começando 1 minuto antes do horário previsto. Até mesmo zero tolerância de minutinhos nas salas de aula. Ela aconselhou “chegar no horário não é o suficiente, chegue antes.”
Na hora do almoço foi outro momento surpreendente. Bianca, acostumada com “comida de verdade”, o típico arroz com feijão no Brasil. Enquanto os locais optam por sanduíches ou algum lanche prático. Ela informou “eu sempre precisei pedir um prato de comida no almoço.”
Enquanto a noite é uma criança na América Latina, na Inglaterra é uma idosa. Os ingleses têm o costume de fazer happy hour e ficar fora de casa até no máximo meia-noite. Enquanto para nós, meia-noite é o horário que começa a vida noturna. Bianca revelou: “Sinceramente, esse aspecto foi o mais fácil de me ajustar.”
Para Bianca, durante o seu período acadêmico, tiveram dois desafios. Um quanto ao sistema de notas que ela admitiu “Eu demorei um tempo para me ajustar e entender que estava fazendo um bom trabalho.” Além disso, as diferenças do inglês estadunidense e o inglês britânico, ela disse “Quando cheguei na Inglaterra, eu achei o inglês desafiador não só por conta do sotaque ser diferente, mas também porque a forma como eles se comunicam é bem diferente dos americanos.” Essa maneira educada de dizer que implica na falta de respostas diretas que afeta até o ambiente profissional.
Abel Villa – Doutorado na Escócia
Não foi a primeira vez que Abel morou em um país de língua inglesa. Ele já tinha tido essa experiência antes nos Estados Unidos durante um programa de intercâmbio. Agora, era a vez da sua pós-graduação, do seu doutorado. Ele disse “Eu acreditava que falar inglês seria suficiente para me ajudar a me adaptar. No entanto, logo percebi que saber o idioma não significa entender uma cultura.” Além dos choques mencionados anteriormente, ele se surpreendeu com o uso frequente de ‘desculpe’, o seco ‘alright’ e um comportamento que passei a reconhecer como condescendente.
Abel compartilhou uma história quando uma professora estava me apresentando aos novos colegas enquanto eu explicava quanto tempo e dinheiro havia custado o processo de obtenção do visto. Ele disse: “Ela repetia várias vezes “I’m sorry” — não por pena, mas como uma forma automática de polidez. Essa foi minha primeira lição sobre as sutilezas do inglês britânico.”
A segunda veio durante um momento importante meses depois, após uma reunião de acompanhamento com o coordenador do programa, em que apresentou a sua pesquisa. Abel recorda: “Ao terminar, ele apenas me olhou e disse: “Right, thank you.” Essa resposta tão breve me confundiu, mas aprendi que faz parte do estilo britânico: direto, contido e discreto.”
Terceira, mas muito longe de ser a última foi o tom condescendente disfarçado de gentileza. Abel afirma que “foi o mais difícil de identificar e processar. Com o tempo, percebi que se tratava mais de códigos sociais diferentes do que de uma intenção pessoal.”
A dica mais valiosa que Abel oferece é “Falar o idioma abriu portas, mas não me protegeu dos desafios culturais. Aprendi que a verdadeira adaptação vai além das palavras; exige observação, escuta e, acima de tudo, disposição para aprender.”
Pós-graduação na Espanha
Quanto ao processo para fazer uma pós-graduação na Espanha, há diferenças entre os Latinos hispanofalantes e os brasileiros. Brasileiros precisam confirmar a proficiência em espanhol, traduzir a documentação necessária e autorização de residência. Já os hispanofalantes podem ter vantagens nisso ou caminhos mais fáceis para obter residência. Porém ambos precisam do visto de estudante, aplicação online e validação do diploma dentro do padrão Espaço Europeu de Ensino Superior (EHEA). Além disso, reforçar que cada programa tem um requisito em termos de requisitos para participação. Tem como aplicar por conta própria ou agências de intercâmbio, é preciso entrar em contato com a universidade e então passar pelas próximas etapas. Mas é preciso reforçar a diferença entre mestrado próprio ou profissional (área de especialização) e oficial (acadêmico reconhecido pelo governo). Atenção latinos com dupla cidadania europeia pode haver bolsas de estudo e descontos para você.
Cristina Iturralde – mestrado na Espanha
Cristina Iturralde veio do Equador para a Espanha, recorda: “Quando cheguei aqui, não foi apenas a minha primeira vez na Espanha, mas também a primeira vez morando sozinha, o que foi um grande desafio para mim.”
Duas das suas maiores incertezas eram onde ela ficaria e como comutaria para a faculdade. Porém elas foram rapidamente resolvidas. Primeiro, a filha de uma amiga da mãe a hospedou e acolheu até se estabelecer. Google Maps a ajudou muito, mas uma dica que ela compartilha para jovens adultos é “O T-jove cobre todo o transporte público dentro das 6 zonas de Barcelona por três meses. Com isso e o Google Maps, consegui ir a qualquer lugar.”
Sua experiência foi essencial com uma rede de apoio forte com a diversidade latina. Desde de uma da garota da República Dominicana e uma venezuelana, reconectou com outros conterrâneos. Cristina afirmou: “Foi muito bom ter pessoas que me entendiam e que estavam na mesma situação que eu.”
Cristina concluiu sobre sua experiência de sua pós fora: “Barcelona me deu mais do que um mestrado — me proporcionou crescimento, perspectiva e memórias inesquecíveis.”
Pós-graduação na França
Para fazer uma pós-graduação na França, é possível utilizar a plataforma online Campus France ou entrar em contato diretamente com a instituição de ensino. Daí sim aplicar para o visto de estudante. Embora a maioria dos cursos seja ministrada em francês, existem algumas opções em inglês, principalmente em áreas específicas. Porém é recomendável um nível de Francês B1, apesar de alguns cursos específicos exigirem um nível ainda maior (C1). Fique atento às bolsas de estudos oferecidas pelo governo francês e às diversas instituições para estudantes internacionais. Além das vantagens econômicas para os latinos com dupla cidadania europeia. Há traduções e validações de diploma também.
Adriana Ayti- mestrado na França
Adriana Ayti veio do Peru para estudar Economia e Negócios Internacionais. Ela queria manter a sua jornada no exterior no mestrado, a França a encantou por causa da sua excelente reputação acadêmica, sistema de educação pública acessível e ambiente multicultural rico.
Começando do começo, Adriana recorda da tradução da documentação, legalização dos diplomas e a certidão de nascimento para a admissão da faculdade e visto de estudante. Além de um intensivão de 6 meses para a prova de proficiência antes de começar o mestrado. Ela compartilhou: “Aprender francês tem sido uma das partes mais desafiadoras da minha experiência.” Ademais, havia proficiência em inglês. Porém Adriana revelou “No entanto, algumas instituições dão mais importância às entrevistas, onde você pode demonstrar sua habilidade real no idioma.”
Além dessa papelada, havia uma carta de motivação. Adriana explica: “Ela te dá a oportunidade de explicar quem você é, quais são seus objetivos e por que está se candidatando.” Junto disso, ela submeteu cartas de recomendação de professores que deram uma perspectiva confiável das suas habilidades e valores.
Dicas práticas que Adriana compartilhou durante o seu período de estudos em Versalhes foram: “Na França, você pode ter acesso a moradia acessível por meio do CROUS, receber auxílio financeiro da CAF, fazer refeições nos restaurantes universitários por apenas três euros e aproveitar descontos no transporte para estudantes. Esses apoios tornam possível focar nos estudos sem um estresse financeiro excessivo.”
Você não está sozinho nessa jornada acadêmica internacional
Se você se viu nas histórias desses estudantes latinos que enfrentaram o desafio de fazer uma pós-graduação na Europa, saiba que você não está sozinho. Na SOMOS, criamos uma comunidade para quem está vivendo — ou sonha viver — essa jornada. Aqui, compartilhamos experiências reais, trocamos aprendizados e oferecemos apoio para quem está longe de casa, mas quer se sentir em casa.
Assine nossa newsletter e receba, toda semana, conteúdos feitos especialmente para você mais histórias reais, guias úteis, dicas para o dia a dia, curiosidades, promoções exclusivas e muito mais. Vamos construir esse caminho juntos?